segunda-feira, 15 de setembro de 2008


Olho para a estrada e vejo meus passos em sua direção.
Parece que a estrada está partindo.
Pareço um menino; um menino que sente falta do colo da noite, das estrelas da madrugada e dos ventos do amanhecer.
Sou um menino que só aprendeu a ler depois de encontrar teus poemas.
Venha e me torne teu poema mais inquieto ou nada mais...
Sou inteiro porque um dia fui tua metade.
Sou metade porque um dia você me esqueceu em sua gaveta, trancada, lacrada e empoeirada.
Antes de tudo sou um papel em branco e espero que você possa me escrever e enxergar tudo o que sou.
“O frio é o agasalho que esquenta o coração gelado quando venta”

sábado, 13 de setembro de 2008



A vida corre parada, corre sem sair dos segundos...
Venha e tente provar que estou caminhando. Tente me achar no meio das palavras traiçoeiras. Eu não estou mais caminhando!
A vida corre parada! Entenda que eu não sou mais o dono dos segundos e nem o guardião das rimas quase sempre perfeitas. Sou um coração em devaneio; um coração sem intuições ou qualquer outro tipo de sofrimento... Estou me entregando ao devaneio, por isso, não sinto, não sou, não rimo, não respiro, não transpiro e nem sequer sinto... Sou a loucura!
Me chame assim, pois quem sabe conseguirei entender o motivo do poema.
Me chame assim e talvez um dia conseguirei te escutar com a cura.
Não me chame! Sou tão louco que nem posso ouvir; escuto apenas meus próprios pensamentos que por meio de tanto desalento o que sobrou foi meu silêncio.
Confuso!
Poema confuso!
Letras que formam frases confusas.
Papel em branco e pensamentos iguais.
Sem sentido, sem sentir.
A vida corre!
A vida corre...
Eu tento fugir, mas no fim só encontro tuas palavras que de tanto repetir se tornou a canção que embala meu poema dormente e inquieto.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008


Se deixar levar...
Deixar leve...
Deixar levar!
Leve o corpo que eu me cubro com pensamentos.
Leve é o pensamento distante do teu corpo!
Leve meu telhado e eu me protejo com papeis... Torno o poema meu lar!
Leve a caneta!
Leve é a caneta sem o peso da dor no peito, sem os lamentos da noite escura e sem luar.
Tente sumir com minhas frases... com minhas rimas.
Apenas tente!
Tentar?
Tento escrever diariamente...
Tento formar palavras!
Tento domar as palavras que saem loucamente em sua direção, mas qual é a direção se neste instante me perdi de você?
Me perdi do teu endereço, me perdi do teu afago, do teu apego...
Leve é a doce lembrança que me faz passear por papeis que ontem estavam em branco e hoje conseguem contar histórias.

sábado, 23 de agosto de 2008


Decepções a parte...
Tudo faz parte desse amontoado de coisas insignificantes que ficaram martelando em meus lençóis. Não culpo a música que toca e nem mesmo o tempo chuvoso, tristonho e amargo do momento, desse exato momento. Não escrevo para completar nenhum poema que não seja minha infinita sabedoria e infinita benevolência diante de tanta crueldade poética saída dos dedos alheios. Nem sei se reconheço o rosto no meio de tanto silencio. Não sei se me reconheço! Reconheço os poemas, as palavrinhas que ficam martelando carinhosamente e traiçoeiramente em meus ouvidos... A música fere; Ferem os dedos, o papel, a escrita, a rima, o poema não dito, a frase desfeita, o equilíbrio dos desequilibrados. Sinto a ferida e no mesmo instante sinto a cura. Não se cure! Eu me curo! E continuo a enlouquecer a cada instante...
Decepções a parte...
O que seria dos poetas sem a doce e amargurada solidão?

sábado, 16 de agosto de 2008


Saudade...
Saudades...
Saudade dos passos em minha direção.
Saudade do cheiro, do tempo, dos segundos...
Sinto falta de quando te sentia chegando, quando o vento trazia teu cheiro, tuas idéias, tua razão.
Falta!
Falta você aqui pra me dizer o quanto estou errada.
Falta teu cheiro aqui pra impedir que eu adormeça no escuro.
Onde está você?
Onde estamos nós?
Sei que você está em meu pensamento, mas já não sei por onde estou.
Não conheço a estrada e nem o sentimento.
Queria caminhar em tua direção, mas no momento flutuo na saudade dos teus olhos.
Sinto falta da fumaça do teu cigarro.
Sinto falta!
O telefone não toca!
Eu não escuto!
Estou ouvindo tua voz...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Um conto, dois contos, tu conta... Eu conto!


Eu conto o que senti e você tenta sentir tudo o que contei...
Nas ruas estrelas, poeiras, céu, solidão...
Nas mãos o vazio, o pedido, o perdido e a sensação.
O olhar frio e quase esquecido.
Olhar frio?
Enxergava a alma de quem cruzava seu caminho.
Sente aqui! Pare de caminhar em vão e comece a voar, pois é bem melhor sentir o vento no rosto que acordar e enterrar os pés no chão.
Seu nome?
Calma, pode ser imaginação!
Sua pele?
Cor, sem cor, sem tom, sem som... Vez por outra DÓ e quase sempre SI.
Se fosse imaginação...
Senta aqui neste banquinho pequeno e te darei um violão, mas prometa-me que cantará minhas palavras e sonhará meu chão; Veja que nele está escrito cada passo e desenhado cada sonho, basta pisar e sentir os pés flutuar.
Anda, senta aqui no meu banquinho pequeno e espera a chuva cair.
...e no fim, era apenas um quarto vazio e a solidão tomando conta do que um dia foi chamado de seu; o quarto, a luz, a TV, as janelas trancafiadas que escondiam o outro lado e a outra versão.
Cadê o controle remoto?
Cadê o autocontrole?
Na TV... Nada mais que listas coloridas.
No rádio... “Maybe someday, you'll see my face amoung the crowd…” Steve Wonder.
Seria tão bom poder abrir as janelas e fugir sem ter que explicar as sensações.
A janela é aqui dentro!
As portas, a TV, o pequeno banquinho, a velha canção... O sono foi embora, mas a vontade de ter os olhos mergulhados no espelho continua acordada e tentando entender o que passou...


(Continua...)

Simone Costa

sexta-feira, 25 de abril de 2008


O vazio.
O grito.
Meu vazio!
Meu silêncio!
Silêncio? Onde? Aqui?
Meus pensamentos não param um segundo!
Tentando sentir...
Tentando Escrever dentro de mim para que eu nunca esqueça.
Sinto!
Penso!
Vejo!
Insisto!
Implico!
Me critico!
Lotado?
Agora está vazio.
Meio amargo.
Meio quente.
Tudo que é meio é o inteiro daquele instante!
Quero ser metade para poder pensar inteiro!
Eu quero!
Eu olho!
Nem sempre enxergo, mas sempre toco!
Toque.
Toque o violão, a mão, a contra mão; Toque o alto, o baixo, o seco...
Toque o molhado; veja a chuva, sinta a chuva, lave o riso com as gotas da imaginação.
É apenas sensação!
É a cor, o preto, o branco, a caneta, o papel, o lápis, a borracha... Apague se encontrar o que te faz sentir!
Faça se puder!
Tente apagar o que te fez sentir!
Nunca!
Ninguém nunca fez!
Uma vez sentido; Visão, paladar, olfato, tato e audição.
Uma vez sentir...
Uma vez senti!
Apenas sinta!
É tudo sensação!
A estrada espera que você se sinta.
Tente se sentir inteiro quando ninguém nunca te fez metade!

Simone Costa

... e de volta a pensamentos, sentimentos e lembranças incluídas anteriormente... Encontrei a porta aberta e logo percebi que a infância tinha partido; de um lado a realidade, do outro lado à fantasia. Pude medir cada passo que já caminhei até hoje, neste dia, neste exato momento.
Lembrei de amigos que corriam ao meu lado e que hoje nem se quer sabem a cor dos meus cabelos.
Vi que o tempo às vezes transforma as amizades em um simples “olá, como vai? Vou bem, e você?”! Senti que os passos nem sempre são os certos, mas que naquele instante só existia uma única porta, com somente uma cadeira, uma mesa, uma caneta e papel... Somente um papel, uma única folha frente verso e que naquele momento você teria que escolher quem levaria pra sempre em seus pensamentos e quem você deixaria pra trás; mas como escolher o poema que seria perfeito, se sua vida ainda não a mesma cor da caneta sobre a mesa? Será que não pode ser um lápis, assim eu posso escrever e apagar, escrever e apagar mais uma vez sempre que necessário? Nesta folha coloquei o nome de alguns poucos amigos e contei das brincadeiras, dos cavalos, das bicicletas, das quedas, dos amigos imaginários, da ansiedade do primeiro dia de escola, mas já tinha acabado a parte da frente da página. Não lembrei de tudo, nem de todos, só pude lembrar de quem estava naquele momento na minha mente. Lembrei da primeira vez que troquei a turma da Mônica por uma revista qualquer.
Me dei conta que enquanto eu estava aqui sentada nesta cadeira, no meu mundo e no meu instante, pessoas lá fora passavam e não podiam entrar, pois o mundo era meu e somente eu poderia decidir a hora de escrever o poema ideal.
Resolvi sair e viver!
Resolvi viver, lembrar, sentir, escutar, sonhar, desbravar, enlouquecer e dar o verdadeiro sentido a tudo que está escrito.
Resolvi viver com um caderno debaixo do braço e um lápis para que o poema cresça junto com cada passo dado, mesmo que as vezes ele seja leve, mesmo que as vezes ele seja pesado!

Simone Costa

quinta-feira, 10 de abril de 2008

...


Um dia, sentei na calçada da minha rua e vi crianças correndo atrás de bola e de esconde – esconde, mas minha vontade era de ficar ali, sentada, imaginando as estrelas e colocando um nome em cada uma delas.
Um dia, ganhei um cachorrinho da minha tia e coloquei o nome dele de snoop por causa do desenho, mas ele fugiu, e pela 1ª vez senti a perda. Logo tive outros cachorros, com outros nomes, mas o snoop nunca mais voltou.
Um dia chorei por ter que voltar da rua mais cedo e ter que estudar o livro que minha mãe insistentemente me obrigava a ler, mas eu só queria ver o cometa passar. Já passei a tarde inteira de domingo andando de bicicleta até minhas pernas não agüentarem mais e foi então, que vi duas pessoas jogando xadrez... Achei lindo o cavalo e queria um pra mim, no mesmo instante descobri que não poderia; minha mãe nunca me compraria um cavalo, então minha saída foi aprender a jogar...
e aprendi!
Já me jogaram ovos no carnaval e também já chorei por isso.
Já perdi peças do lego, do plymobil, do boca rica e sempre achava antes que minha mãe percebesse a falta.
Um dia, corri atrás de amores que um dia achei que seria eterno, mas o eterno na verdade era só o instante em que eu sofria. Já pensei ter achado o poema perfeito para os meus sofrimentos, mas o único poema perfeito foi minha infância, que mesmo distante agora, ainda me traz lembranças boas e às vezes inevitáveis.
Um dia, achei que o amor era único e achei também que não conseguiria respirar e que o mundo sentiria pena de mim e por alguns minutos pararia o tempo para que eu pudesse me recuperar, mas ele nunca parou... Nunca mesmo!
Descobri que o dinheiro não compra a felicidade, mas compra o papel e a caneta!
Descobri que a falta que senti estava na tua ausência e nos vários encontros que tive pensando ter finalmente te encontrado, mas agora que encontrei, saiba que sou só poemas, sou sentimentos e nesse conjunto de sentimentos também estão incluídos tristeza e solidão; Vez por outra triste, sem motivos aparentes, apenas triste, talvez com a pobreza do mundo, talvez por nada; Vez por outra solidão, precisando apenas de um papel e de uma caneta, mas sou também amor.
O primeiro poema que escrevi foi sem intenção, mas logo percebi que o poema está nos olhos de quem lê... Qualquer sofrimento pode se tirar uma frase bonita nem que seja o “batatinha quando nasce se esparrama pelo chão” e hoje ele parece ser tão lindo. Por incrível que pareça fiquei imaginando as batatinhas nascendo e se esparramando pelo chão. Hoje eu só estou triste! Nada mais! Só queria estar de volta! Vou me procurar e logo, logo estarei de volta... Por enquanto a linha parece estar muda!

Simone Costa

Não!
Não quero perder as palavras e nem os desenhos que você pintou.
Não quero sentar na frente da TV e ver que nada tem graça sem sua impaciência.
Mude os canais!
Seja aberto ou fechado, mas mude os canais e então desligue...
Apenas sente do meu lado e me ensine suas regras de português.
Me ensine sobre o aquecimento e o desmatamento, mas sente do meu lado e antes de tudo... Sorria!
Não quero enxergar as noites no amanhecer e nem quero acordar no meio do dia e ver que você ainda nem chegou aqui.
Venha!
Te dou minha letra e meu violão.
Posso ouvir suas músicas mesmo sem conseguir enxergar a mesma beleza que você enxerga.
Posso andar distraída e saber que mesmo de olhos fechados conseguiremos nos encontrar.
Quero ouvir, sentir, tocar e sonhar tudo o que vem desse teu mundo!
Não sei voar, mas posso escrever poemas que, pelo menos te farão sonhar!
Não sei voltar no tempo e corrigir velhas escritas, mas ainda consigo pensar em palavras novas.
Não quero escrever agora... Só queria que o tempo enxergasse que sem teus segundos meu mundo se perde em páginas brancas... Sem poemas, pensamentos ou qualquer outra canção!

Simone Costa

terça-feira, 8 de abril de 2008


"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...
continuarei a escrever"

Clarice Lispector

Azul


Meu pensamento vez por outra é azul!
Azul como o céu!
Azul como a tinta de uma caneca... Azul!
Azul?
Tantas cores e logo o azul!
Teus olhos não são azuis!
Tua boca muito menos!
Teu cabelo? Nunca azul!
Nem o papel é azul, mas meu pensamento vez por outra é azul!
Azul da cor da janela do teu sonho.
Azul da cor do sorvete colorido que te comprei na noite que chovia poesia dos teus olhos.
...e o amarelo?
Meu sorriso amarelo!
Amarelo quando me sinto sem palavras!
Amarelo, azul, verde, preto, adoro preto... Vermelho e branco!
Não importa qual a cor, pois vez por outra eu esqueço das outras e me lembro só do Azul!
... Do teu azul!

Simone Costa

segunda-feira, 7 de abril de 2008


"Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
"
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Clarice Lispector

sábado, 5 de abril de 2008


Sem sentido!
Sem sentir...
Foi então que tocou aquela velha canção que dizia o que nem eu mesma sabia, mas sentia e isso bastou.
Agora olho para o espelho que eu mesma criei e tento me enxergar por trás de tantos poemas.
Eu escrevo!
Eu me leio!
Eu me sinto!
Eu não me basto!
Preciso das poesias e das sensações que me causam.
Preciso dos intervalos da loucura para seguir o caminho que escrevo em todas as folhas brancas que esbarram em meu caminho.
A tinta da caneta acabou, mas eu nem escrevo de caneta...
As escritas surgem com o vento e com cada sentimento criado no mundo das ilusões.
Pergunto-me, por quê?
Desde quando se faz necessário um por que
Eu escrevo!
Eu me sinto e por isso escrevo!
Eu te sinto e por isso me leio!
... e lá fora a chuva cai trazendo com ela mais pensamentos e emoções!
Sinto o cheiro da chuva!
Sinto o frio da chuva!
Escuto cada palavra que meus pensamentos me contam e mais uma vez sinto você.
Escrevo porque necessito sentir o que sou!


Noite de sábado, 21h09min, com muita chuva e muito o que escrever!

Simone Costa


Trancas


É a chave.
O cadeado.
A tranca.
A porta.
O portão.
O muro.
O pulo.
O alarme.
Frases escondidas.
Mistérios...
Esconda de mim se possível for!
Se esconda de mim em palavras que não fazem nenhum sentido.
Esconda as palavras!
Esconda o rosto, a feição, a intimação...
Pra que chaves?
Me explique!
Consiga se puder, mas não com chaves, senha ou alarde.
Sou o oposto dos que não sabem sentir.
Sou a letra da canção escondida.
Sou o ímã dos poemas trancafiados dentro da velha canção.
Sou quem te diz quem te fala quem te cala...
Onde está o muro?
De que lado está à porta?
Não me fale!
Não é necessário, pois a porta vai ao chão com todos os poemas já escritos para ti.
Sou porta, tranca, cadeado, e, portanto, tenho a chave.
Tenho a senha, a sensação, o encantamento, a poesia, o mistério, a angustia, o pesadelo, o teatro, os contos mentirosos, a realidade, o contentamento e a intuição.
Tenho as chaves, por tanto, não tente silenciar o que já foi dito com um simples esconderijo.
Esconda-me!

Simone Costa


terça-feira, 1 de abril de 2008

Alma perdida


"Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita.
Tem o peso de uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade.
Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência.
E a lágrima que não se chorou.
Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."

Clarice Lispector

segunda-feira, 31 de março de 2008

Dor


Dói o peito.
Dói a alma.
Dói o espírito.
A visão vai embora.
As cores desbotam.
O fogo não queima.
O frio não congela.
As músicas silenciam.
O tempo para.
As janelas se fecham.
As portas se abrem...
Você consegue sair?
Eu já não consigo!
Os segundos se entregam ao desanimo.
O dia amanhece.
A noite chega.
As estrelas brilham.
Não enxergo o brilho!
Dói o peito.
Dói a alma.
Dói o espírito.
As folhas caem.
O vento para.
As lágrimas caem.
Eu não entendo!
As palavras...
O silencio.
A escuridão.
Não te escuto.
Não quero ouvir!
Prefiro fingir que nada existe!
Prefiro repetir as palavras que acredito!
Prefiro sentir... Nem que seja dor.


Simone Costa

sábado, 29 de março de 2008

Pensamentos


Leve.
Quente.
Seco.
Frio.
Suor.
Febre.
Papel.
Caneta.
Lápis é melhor!
Movimentos.
Elétrico.
Calmo.
Lento.
Pensamentos ingênuos.
Espera.
Vamos.
Corra!
Agora!
Veja.
Escute.
Tenha.
Não tem?
Tome!
Tomar.
Seu coração.
Roubar...
Meu Pensamento.
Ser seu...
Em todos os momentos..
Leves segundos...
Se passam correndo
Corra.
..e então me permita sonhar.

Simone Costa

sexta-feira, 28 de março de 2008

Pra você


De dia!
De tarde!
De madrugada!
Teu sorrido, um riso, um desabafo!
Quer carinho, atenção, emoção, coração e meus braços!
Olha o gato! Não, não olhe... Olhe pra mim! Me veja, me seja, me agarre!
Acorda amor já são 05:30 da manha!
Quer dormir um pouco mais?
- Quero! Só mais 5 minutos, certo?
- Certo!
Um olhar de sono, rosto no rosto.
Amor, acorda que já são 05:35 da manha e já ta na hora!
Acorda!
Abraça...e só então acorda!
Abraça... música alta, acorda filho ta na hora da aula!
Quero leite, pão e seu coração!
Senta aqui perto de mim vem ver televisão!
Vamos jogar xadrez?
Vamos!
Eu ganho e você me ganha!
Não quero não!
Não quer tomar banho não?
Afagos, espirros, pelos de gatos...
Lençóis, travesseiros, seu cheiro e muitos desejos!
Inteligente!
Contente!
Sorridente!
Música!
Canta pra mim aquela música!
Alô, amor? Já almoçou?
Quero seu macarrão... Nós queremos, eu e o Pedrão!
No quarto, cama, PC, palavras cruzadas, canetas pelo chão, travesseiros e eu que sempre passeio em tuas mãos.
Liga o ventilador que ta quente!
Vem amor, sai dessa rede e deita comigo aqui no chão!
Vou tomar banho pra ficar de bobeira.
Ligações!
Torpedos!
Emoção!
Canção!
Ternura!
Amor!
Paixão!
Sentimentos!
Pão!
Queijo!
Quer coca cola?
Quero não!
Quero café, uma caneta e tuas mãos!
Você saiu e nem me deu bom dia.
Num diga isso não, pois te dei bom dia e vários beijos!
Poemas perdidos e colorindo o vento!Vem amor, deita comigo na rede e canta baixinho nossa velha canção!


Simone Costa

Dia chuvoso!
Dia frio... eita dia bom!
Porque não ser chuva?
Quero ser chuva!
Quero cair feito água de um céu de sonhos. Quero sentir o frio e aquecer teus sonhos.
Faz frio aqui, mas a velocidade com que os pingos caem no chão esquenta meus pensamentos e nasce mais uma bela poesia. No rádio toca uma canção nova e na verdade nem sei direito do que ela fala, pois o som a chuva é mais música do que qualquer nova canção.
A sala está ainda mais fria do que lá fora.
19° graus!
Aqui dentro!
Aqui dentro?
Lá fora onde a chuva toca e brinca não se sabe bem o nome de cada lembrança, mas sei que permanecerá esperando a chuva cair novamente.
Pessoas pegam ônibus. Outras caminham em direções contrarias, mas a certeza de que sempre haverá um pensamento ou um amor escondido em cada passo dado, sempre existirá. Às vezes leve, às vezes pesado... Depende do passo dado.


Simone Costa

quinta-feira, 27 de março de 2008



"Já que se há de escrever, que pelo menosnão se esmaguem com palavras as entrelinhas."
Clarice Lispector

"Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."

Clarice Lispector

Sentir


Caminho entre ruas... Às vezes escuras, às vezes claras, às vezes pés, às vezes asas...
Nem sei o nome da rua... Meu nome talvez... Talvez sem telha, talvez sem paredes... Livre?
Queria mesmo era transformar tudo o que penso em palavras, mas como, se vez por outra seu pensamento toma conta do meu? Pensamentos, gestos, palavras, suplicas, ternura... Ternura! Sou capaz de te encontrar em mim e te deixar sentar em todos os meus poemas. Sou capaz de te entregar meus segundos e deixar você tomar posse do tempo que me faz sentir terno, do tempo que me faz sentir teu silencio e teu abrigo.
Estou ouvindo um som do lado de fora; são músicas, contos, palavras soltas, versos... E quanto mais enxergo em branco faço as cores surgirem dos teus olhos. Sinto tanto e o tanto que sinto se tornou teu desde a primeira linha, da primeira letra, da primeira frase escrita em cores distintas, e cada cor descreve o sonho, o canto, a canção que sempre toca quando você está...

Simone Costa

quarta-feira, 26 de março de 2008

Minuto

Quando o espelho enxerga aquilo o que nem você conseguiu ver... Já é hora de trocar a lagrima, trocar o suor pela brisa suave do amanhecer. Enxergue a canção e veja o que nela está escrito em você. Enxergue você e veja o que de dentro ninguém consegue sentir a não ser Você mesmo. Tem dias em que suas palavras doem até a boca; minha boca dói quando falo o que nem quero sentir, mas enfim, tudo é sentimento e o que tem dentro um dia tem que sair pra dar lugar as novidades do pensamento; pra dar lugar a voz.

Lembra aquela canção? Lembra? Ninguém lembra porque não há o que ser lembrando a não ser a vontade de se ter dentro de alguém. Estou dentro de mim tentando achar a ponte que me levará pra dentro de você nem que seja nas suas canções; aquelas canções que somente você escuta. Escute-me, mas não me interrompa! Não interrompa meus olhos! Não permita que o amanhecer chegue sem que meus braços tenham aquecido cada palavra, cada sentido ou inquietação!
Sou eu aqui em palavras... de repente palavras... Palavras que fugiram sem permissão para encontrar teu pensamento.

Queria mesmo era não sentir a dor que os poetas sentem ao escrever a dor do amor. O amor dói. Conhecer a si mesmo é um massacre sem fim, e dói tanto que se entregar ao outro é mais fácil do que a si mesmo. Conheça me! Tome posse de mim, da minha alma, do meu amor e depois, só depois... diga me quem realmente sou. Sou eu, quando encontrei alguém que revelasse meu segredo a mim mesmo. Sou ninguém, quando você parte por algum motivo, e então, volto a me desorientar sobre o que realmente sou eu sem você. Ta ficando confuso, mas é confuso me achar no meio do que restou de você em mim. São poemas, frases feitas por mim, ditas por você, escolhidas por alguém, pelo tempo, pelo vento, pela canção que toca agora no meu computador sem que você escute ou sinta... Apenas leia! Leia-me! Escreva-me! Escreva minha história sobre a tua e me garanta que nunca partirá. Você pode? Será que pode? Será que deve mesmo??

O espaço é meu, mas a sala ta vazia esperando por ar, por oxigênio, pelo fogo dos segundos passando e me deixando sem você. Minutos, segundos, tempo, horas, espaço, silencio... Olhe pra mim e me diga que você ainda consegue me ver, e se conseguir, por favor, me traduza e deixe que eu leia, pois posso decorar e ser quem realmente você enxerga.

Escreva com letras garrafais para que eu enxergue além de letras o meu coração que se perdeu nesse tão esperado minuto. Simone Costa

"Sou como você me vê.Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector