quarta-feira, 26 de março de 2008

Minuto

Quando o espelho enxerga aquilo o que nem você conseguiu ver... Já é hora de trocar a lagrima, trocar o suor pela brisa suave do amanhecer. Enxergue a canção e veja o que nela está escrito em você. Enxergue você e veja o que de dentro ninguém consegue sentir a não ser Você mesmo. Tem dias em que suas palavras doem até a boca; minha boca dói quando falo o que nem quero sentir, mas enfim, tudo é sentimento e o que tem dentro um dia tem que sair pra dar lugar as novidades do pensamento; pra dar lugar a voz.

Lembra aquela canção? Lembra? Ninguém lembra porque não há o que ser lembrando a não ser a vontade de se ter dentro de alguém. Estou dentro de mim tentando achar a ponte que me levará pra dentro de você nem que seja nas suas canções; aquelas canções que somente você escuta. Escute-me, mas não me interrompa! Não interrompa meus olhos! Não permita que o amanhecer chegue sem que meus braços tenham aquecido cada palavra, cada sentido ou inquietação!
Sou eu aqui em palavras... de repente palavras... Palavras que fugiram sem permissão para encontrar teu pensamento.

Queria mesmo era não sentir a dor que os poetas sentem ao escrever a dor do amor. O amor dói. Conhecer a si mesmo é um massacre sem fim, e dói tanto que se entregar ao outro é mais fácil do que a si mesmo. Conheça me! Tome posse de mim, da minha alma, do meu amor e depois, só depois... diga me quem realmente sou. Sou eu, quando encontrei alguém que revelasse meu segredo a mim mesmo. Sou ninguém, quando você parte por algum motivo, e então, volto a me desorientar sobre o que realmente sou eu sem você. Ta ficando confuso, mas é confuso me achar no meio do que restou de você em mim. São poemas, frases feitas por mim, ditas por você, escolhidas por alguém, pelo tempo, pelo vento, pela canção que toca agora no meu computador sem que você escute ou sinta... Apenas leia! Leia-me! Escreva-me! Escreva minha história sobre a tua e me garanta que nunca partirá. Você pode? Será que pode? Será que deve mesmo??

O espaço é meu, mas a sala ta vazia esperando por ar, por oxigênio, pelo fogo dos segundos passando e me deixando sem você. Minutos, segundos, tempo, horas, espaço, silencio... Olhe pra mim e me diga que você ainda consegue me ver, e se conseguir, por favor, me traduza e deixe que eu leia, pois posso decorar e ser quem realmente você enxerga.

Escreva com letras garrafais para que eu enxergue além de letras o meu coração que se perdeu nesse tão esperado minuto. Simone Costa

"Sou como você me vê.Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector

4 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito

izilgallu disse...

Belo começo, parabéns...
Voltarei
bjs.
izil

Clayton disse...

Obrigado pelo comentário em meu blog.

Belo texto da Simone Costa.
Parece um paradoxo, pois quanto mais amamos, mais nos perdemos... seria o amor uma doença, um desequilíbrio ou algo realmente necessário?

De qualquer forma, viver é ao mesmo tempo tão fascinante e sofrível, que a única coisa a se fazer é ir levando essa via crucis e encontrando beleza em coisas simples e cotidianas até o fim derradeiro.

Valéria Pires dos Santos disse...

olá obrigada por visitar meu blog eu realmente adorei o seu blog muito legal! Amo poesias!
Vou colocar seu link no meu blog ok?
bjão.