sexta-feira, 25 de abril de 2008


... e de volta a pensamentos, sentimentos e lembranças incluídas anteriormente... Encontrei a porta aberta e logo percebi que a infância tinha partido; de um lado a realidade, do outro lado à fantasia. Pude medir cada passo que já caminhei até hoje, neste dia, neste exato momento.
Lembrei de amigos que corriam ao meu lado e que hoje nem se quer sabem a cor dos meus cabelos.
Vi que o tempo às vezes transforma as amizades em um simples “olá, como vai? Vou bem, e você?”! Senti que os passos nem sempre são os certos, mas que naquele instante só existia uma única porta, com somente uma cadeira, uma mesa, uma caneta e papel... Somente um papel, uma única folha frente verso e que naquele momento você teria que escolher quem levaria pra sempre em seus pensamentos e quem você deixaria pra trás; mas como escolher o poema que seria perfeito, se sua vida ainda não a mesma cor da caneta sobre a mesa? Será que não pode ser um lápis, assim eu posso escrever e apagar, escrever e apagar mais uma vez sempre que necessário? Nesta folha coloquei o nome de alguns poucos amigos e contei das brincadeiras, dos cavalos, das bicicletas, das quedas, dos amigos imaginários, da ansiedade do primeiro dia de escola, mas já tinha acabado a parte da frente da página. Não lembrei de tudo, nem de todos, só pude lembrar de quem estava naquele momento na minha mente. Lembrei da primeira vez que troquei a turma da Mônica por uma revista qualquer.
Me dei conta que enquanto eu estava aqui sentada nesta cadeira, no meu mundo e no meu instante, pessoas lá fora passavam e não podiam entrar, pois o mundo era meu e somente eu poderia decidir a hora de escrever o poema ideal.
Resolvi sair e viver!
Resolvi viver, lembrar, sentir, escutar, sonhar, desbravar, enlouquecer e dar o verdadeiro sentido a tudo que está escrito.
Resolvi viver com um caderno debaixo do braço e um lápis para que o poema cresça junto com cada passo dado, mesmo que as vezes ele seja leve, mesmo que as vezes ele seja pesado!

Simone Costa

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