sábado, 5 de abril de 2008

Trancas


É a chave.
O cadeado.
A tranca.
A porta.
O portão.
O muro.
O pulo.
O alarme.
Frases escondidas.
Mistérios...
Esconda de mim se possível for!
Se esconda de mim em palavras que não fazem nenhum sentido.
Esconda as palavras!
Esconda o rosto, a feição, a intimação...
Pra que chaves?
Me explique!
Consiga se puder, mas não com chaves, senha ou alarde.
Sou o oposto dos que não sabem sentir.
Sou a letra da canção escondida.
Sou o ímã dos poemas trancafiados dentro da velha canção.
Sou quem te diz quem te fala quem te cala...
Onde está o muro?
De que lado está à porta?
Não me fale!
Não é necessário, pois a porta vai ao chão com todos os poemas já escritos para ti.
Sou porta, tranca, cadeado, e, portanto, tenho a chave.
Tenho a senha, a sensação, o encantamento, a poesia, o mistério, a angustia, o pesadelo, o teatro, os contos mentirosos, a realidade, o contentamento e a intuição.
Tenho as chaves, por tanto, não tente silenciar o que já foi dito com um simples esconderijo.
Esconda-me!

Simone Costa


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