sábado, 5 de abril de 2008


Sem sentido!
Sem sentir...
Foi então que tocou aquela velha canção que dizia o que nem eu mesma sabia, mas sentia e isso bastou.
Agora olho para o espelho que eu mesma criei e tento me enxergar por trás de tantos poemas.
Eu escrevo!
Eu me leio!
Eu me sinto!
Eu não me basto!
Preciso das poesias e das sensações que me causam.
Preciso dos intervalos da loucura para seguir o caminho que escrevo em todas as folhas brancas que esbarram em meu caminho.
A tinta da caneta acabou, mas eu nem escrevo de caneta...
As escritas surgem com o vento e com cada sentimento criado no mundo das ilusões.
Pergunto-me, por quê?
Desde quando se faz necessário um por que
Eu escrevo!
Eu me sinto e por isso escrevo!
Eu te sinto e por isso me leio!
... e lá fora a chuva cai trazendo com ela mais pensamentos e emoções!
Sinto o cheiro da chuva!
Sinto o frio da chuva!
Escuto cada palavra que meus pensamentos me contam e mais uma vez sinto você.
Escrevo porque necessito sentir o que sou!


Noite de sábado, 21h09min, com muita chuva e muito o que escrever!

Simone Costa


Trancas


É a chave.
O cadeado.
A tranca.
A porta.
O portão.
O muro.
O pulo.
O alarme.
Frases escondidas.
Mistérios...
Esconda de mim se possível for!
Se esconda de mim em palavras que não fazem nenhum sentido.
Esconda as palavras!
Esconda o rosto, a feição, a intimação...
Pra que chaves?
Me explique!
Consiga se puder, mas não com chaves, senha ou alarde.
Sou o oposto dos que não sabem sentir.
Sou a letra da canção escondida.
Sou o ímã dos poemas trancafiados dentro da velha canção.
Sou quem te diz quem te fala quem te cala...
Onde está o muro?
De que lado está à porta?
Não me fale!
Não é necessário, pois a porta vai ao chão com todos os poemas já escritos para ti.
Sou porta, tranca, cadeado, e, portanto, tenho a chave.
Tenho a senha, a sensação, o encantamento, a poesia, o mistério, a angustia, o pesadelo, o teatro, os contos mentirosos, a realidade, o contentamento e a intuição.
Tenho as chaves, por tanto, não tente silenciar o que já foi dito com um simples esconderijo.
Esconda-me!

Simone Costa