terça-feira, 29 de abril de 2008

Um conto, dois contos, tu conta... Eu conto!


Eu conto o que senti e você tenta sentir tudo o que contei...
Nas ruas estrelas, poeiras, céu, solidão...
Nas mãos o vazio, o pedido, o perdido e a sensação.
O olhar frio e quase esquecido.
Olhar frio?
Enxergava a alma de quem cruzava seu caminho.
Sente aqui! Pare de caminhar em vão e comece a voar, pois é bem melhor sentir o vento no rosto que acordar e enterrar os pés no chão.
Seu nome?
Calma, pode ser imaginação!
Sua pele?
Cor, sem cor, sem tom, sem som... Vez por outra DÓ e quase sempre SI.
Se fosse imaginação...
Senta aqui neste banquinho pequeno e te darei um violão, mas prometa-me que cantará minhas palavras e sonhará meu chão; Veja que nele está escrito cada passo e desenhado cada sonho, basta pisar e sentir os pés flutuar.
Anda, senta aqui no meu banquinho pequeno e espera a chuva cair.
...e no fim, era apenas um quarto vazio e a solidão tomando conta do que um dia foi chamado de seu; o quarto, a luz, a TV, as janelas trancafiadas que escondiam o outro lado e a outra versão.
Cadê o controle remoto?
Cadê o autocontrole?
Na TV... Nada mais que listas coloridas.
No rádio... “Maybe someday, you'll see my face amoung the crowd…” Steve Wonder.
Seria tão bom poder abrir as janelas e fugir sem ter que explicar as sensações.
A janela é aqui dentro!
As portas, a TV, o pequeno banquinho, a velha canção... O sono foi embora, mas a vontade de ter os olhos mergulhados no espelho continua acordada e tentando entender o que passou...


(Continua...)

Simone Costa