segunda-feira, 31 de março de 2008

Dor


Dói o peito.
Dói a alma.
Dói o espírito.
A visão vai embora.
As cores desbotam.
O fogo não queima.
O frio não congela.
As músicas silenciam.
O tempo para.
As janelas se fecham.
As portas se abrem...
Você consegue sair?
Eu já não consigo!
Os segundos se entregam ao desanimo.
O dia amanhece.
A noite chega.
As estrelas brilham.
Não enxergo o brilho!
Dói o peito.
Dói a alma.
Dói o espírito.
As folhas caem.
O vento para.
As lágrimas caem.
Eu não entendo!
As palavras...
O silencio.
A escuridão.
Não te escuto.
Não quero ouvir!
Prefiro fingir que nada existe!
Prefiro repetir as palavras que acredito!
Prefiro sentir... Nem que seja dor.


Simone Costa

sábado, 29 de março de 2008

Pensamentos


Leve.
Quente.
Seco.
Frio.
Suor.
Febre.
Papel.
Caneta.
Lápis é melhor!
Movimentos.
Elétrico.
Calmo.
Lento.
Pensamentos ingênuos.
Espera.
Vamos.
Corra!
Agora!
Veja.
Escute.
Tenha.
Não tem?
Tome!
Tomar.
Seu coração.
Roubar...
Meu Pensamento.
Ser seu...
Em todos os momentos..
Leves segundos...
Se passam correndo
Corra.
..e então me permita sonhar.

Simone Costa

sexta-feira, 28 de março de 2008

Pra você


De dia!
De tarde!
De madrugada!
Teu sorrido, um riso, um desabafo!
Quer carinho, atenção, emoção, coração e meus braços!
Olha o gato! Não, não olhe... Olhe pra mim! Me veja, me seja, me agarre!
Acorda amor já são 05:30 da manha!
Quer dormir um pouco mais?
- Quero! Só mais 5 minutos, certo?
- Certo!
Um olhar de sono, rosto no rosto.
Amor, acorda que já são 05:35 da manha e já ta na hora!
Acorda!
Abraça...e só então acorda!
Abraça... música alta, acorda filho ta na hora da aula!
Quero leite, pão e seu coração!
Senta aqui perto de mim vem ver televisão!
Vamos jogar xadrez?
Vamos!
Eu ganho e você me ganha!
Não quero não!
Não quer tomar banho não?
Afagos, espirros, pelos de gatos...
Lençóis, travesseiros, seu cheiro e muitos desejos!
Inteligente!
Contente!
Sorridente!
Música!
Canta pra mim aquela música!
Alô, amor? Já almoçou?
Quero seu macarrão... Nós queremos, eu e o Pedrão!
No quarto, cama, PC, palavras cruzadas, canetas pelo chão, travesseiros e eu que sempre passeio em tuas mãos.
Liga o ventilador que ta quente!
Vem amor, sai dessa rede e deita comigo aqui no chão!
Vou tomar banho pra ficar de bobeira.
Ligações!
Torpedos!
Emoção!
Canção!
Ternura!
Amor!
Paixão!
Sentimentos!
Pão!
Queijo!
Quer coca cola?
Quero não!
Quero café, uma caneta e tuas mãos!
Você saiu e nem me deu bom dia.
Num diga isso não, pois te dei bom dia e vários beijos!
Poemas perdidos e colorindo o vento!Vem amor, deita comigo na rede e canta baixinho nossa velha canção!


Simone Costa

Dia chuvoso!
Dia frio... eita dia bom!
Porque não ser chuva?
Quero ser chuva!
Quero cair feito água de um céu de sonhos. Quero sentir o frio e aquecer teus sonhos.
Faz frio aqui, mas a velocidade com que os pingos caem no chão esquenta meus pensamentos e nasce mais uma bela poesia. No rádio toca uma canção nova e na verdade nem sei direito do que ela fala, pois o som a chuva é mais música do que qualquer nova canção.
A sala está ainda mais fria do que lá fora.
19° graus!
Aqui dentro!
Aqui dentro?
Lá fora onde a chuva toca e brinca não se sabe bem o nome de cada lembrança, mas sei que permanecerá esperando a chuva cair novamente.
Pessoas pegam ônibus. Outras caminham em direções contrarias, mas a certeza de que sempre haverá um pensamento ou um amor escondido em cada passo dado, sempre existirá. Às vezes leve, às vezes pesado... Depende do passo dado.


Simone Costa

quinta-feira, 27 de março de 2008



"Já que se há de escrever, que pelo menosnão se esmaguem com palavras as entrelinhas."
Clarice Lispector

"Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."

Clarice Lispector

Sentir


Caminho entre ruas... Às vezes escuras, às vezes claras, às vezes pés, às vezes asas...
Nem sei o nome da rua... Meu nome talvez... Talvez sem telha, talvez sem paredes... Livre?
Queria mesmo era transformar tudo o que penso em palavras, mas como, se vez por outra seu pensamento toma conta do meu? Pensamentos, gestos, palavras, suplicas, ternura... Ternura! Sou capaz de te encontrar em mim e te deixar sentar em todos os meus poemas. Sou capaz de te entregar meus segundos e deixar você tomar posse do tempo que me faz sentir terno, do tempo que me faz sentir teu silencio e teu abrigo.
Estou ouvindo um som do lado de fora; são músicas, contos, palavras soltas, versos... E quanto mais enxergo em branco faço as cores surgirem dos teus olhos. Sinto tanto e o tanto que sinto se tornou teu desde a primeira linha, da primeira letra, da primeira frase escrita em cores distintas, e cada cor descreve o sonho, o canto, a canção que sempre toca quando você está...

Simone Costa

quarta-feira, 26 de março de 2008

Minuto

Quando o espelho enxerga aquilo o que nem você conseguiu ver... Já é hora de trocar a lagrima, trocar o suor pela brisa suave do amanhecer. Enxergue a canção e veja o que nela está escrito em você. Enxergue você e veja o que de dentro ninguém consegue sentir a não ser Você mesmo. Tem dias em que suas palavras doem até a boca; minha boca dói quando falo o que nem quero sentir, mas enfim, tudo é sentimento e o que tem dentro um dia tem que sair pra dar lugar as novidades do pensamento; pra dar lugar a voz.

Lembra aquela canção? Lembra? Ninguém lembra porque não há o que ser lembrando a não ser a vontade de se ter dentro de alguém. Estou dentro de mim tentando achar a ponte que me levará pra dentro de você nem que seja nas suas canções; aquelas canções que somente você escuta. Escute-me, mas não me interrompa! Não interrompa meus olhos! Não permita que o amanhecer chegue sem que meus braços tenham aquecido cada palavra, cada sentido ou inquietação!
Sou eu aqui em palavras... de repente palavras... Palavras que fugiram sem permissão para encontrar teu pensamento.

Queria mesmo era não sentir a dor que os poetas sentem ao escrever a dor do amor. O amor dói. Conhecer a si mesmo é um massacre sem fim, e dói tanto que se entregar ao outro é mais fácil do que a si mesmo. Conheça me! Tome posse de mim, da minha alma, do meu amor e depois, só depois... diga me quem realmente sou. Sou eu, quando encontrei alguém que revelasse meu segredo a mim mesmo. Sou ninguém, quando você parte por algum motivo, e então, volto a me desorientar sobre o que realmente sou eu sem você. Ta ficando confuso, mas é confuso me achar no meio do que restou de você em mim. São poemas, frases feitas por mim, ditas por você, escolhidas por alguém, pelo tempo, pelo vento, pela canção que toca agora no meu computador sem que você escute ou sinta... Apenas leia! Leia-me! Escreva-me! Escreva minha história sobre a tua e me garanta que nunca partirá. Você pode? Será que pode? Será que deve mesmo??

O espaço é meu, mas a sala ta vazia esperando por ar, por oxigênio, pelo fogo dos segundos passando e me deixando sem você. Minutos, segundos, tempo, horas, espaço, silencio... Olhe pra mim e me diga que você ainda consegue me ver, e se conseguir, por favor, me traduza e deixe que eu leia, pois posso decorar e ser quem realmente você enxerga.

Escreva com letras garrafais para que eu enxergue além de letras o meu coração que se perdeu nesse tão esperado minuto. Simone Costa

"Sou como você me vê.Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector